quarta-feira, 18 de abril de 2012

Língua viva ou morta?


Hoje pela manhã, assisti uma reportagem que "é uma brasa, mora?" ou seja, interessantíssima! Falava justamente sobre o uso de verbetes que estão em desuso, mas que já estiveram na boca do povo. Trata-se do livro "Pequeno dicionário brasileiro da língua morta ' escrito pelo jornalista Alberto Villas. O autor reuniu algumas desta palavras e as pôs em seu livro, trazendo de volta para os que já há muito não usavam, e apresentando para àqueles que nunca antes ouviram falar. 
Nele, é possível descobrir que café com leite tinha três significados: uma pessoa meio boba, que não fazia parte de nenhuma rodinha de amigos; o sujeito fácil, assim como o arroz de festa; uma referência à política dos Estados de Minas e São Paulo – Minas entrava com o leite, São Paulo, com o café, e os dois estados dividiam o poder político nacional. Babado seria o equivalente da expressão que se fala hoje “qual é a boa?” Babado tanto podia designar fofoca como novidade. “O babado corria de boca em boca, cada um dando sua opinião, se espantando ou criticando. Não tinha babado que passasse em branco”, diz Villas no livro.
O abecedário formulado por Villas traz algumas milongas (mexericos), mas nada que faça corar sirigaitas (mulheres ousadas, atrevidas) ou mancebos (rapaz novo, que hoje seria o correspondente a “gato”). Pode ser que fãs do cantor Fagner fiquem chateados ao saber que o autor do livro acha a voz dele igual à de taquara rachada: “É só ouvir o primeiro disco dele – ‘Manera Fru Fru Manera’ – ou o segundo, ‘Ave Noturna’. Não que o autor de ‘Mucuripe’ tenha uma voz irritante, mas é muito particular, de taquara rachada”. Mas, para livrar um pouco a barra dele, Villas complementa: “A Desciclopédia tem uma lista enorme de pessoas com voz de taquara rachada. De Tiririca a Xuxa, passando por Sandy Leah, a Sandy do Júnior”.
Exemplos de palavras hilárias pululam no livro. Como manota, aquele fora que, por mais que se queira, não há como remediar: você chega para uma mulher, olha a barriguinha dela e pergunta: “É pra quando?”. E ouve a resposta: “Não estou grávida!”. Que mancada! Ou que quiproquó! Se você tem vontade de engrossar seu vocabulário, e quer fazer bonito com os seus amigos, pode adotar daqui para frente fuzarca, víspora, palangana. Esse é o melhor jeito de lavar a égua. Quem nunca disse uma destas :
• Abreugrafia: Raio-X
• Cachimônia: Paciência
• Maciota: Coisa macia
• Marmota: Conversa fiada, fraude, falcatrua, enrolação, papo furado.
• Coqueluche: Além da doença, era usada para dizer que algo está na moda, é uma febre.
• Azeite para você: Além do líquido da culinária, azeite para você quer dizer: “Estou nem aí para você!”.
• Pinóia: Uma pessoa que fica insistindo muito com uma resposta que não é a verdadeira. Aí a gente fala: uma pinóia.
• Dedéu: Quando você quer dizer que algo é ‘muito’. Bom para Dedéu. 

Isto mostra o quanto a Língua Portuguesa se transforma, modifica, renova. E ao contrário, ela não é morta, mas "vivinha da Silva", ou seja, não morre nunca!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Preconceito Linguístico, o que é, como se faz?


 

DEZ CISÕES

para um ensino de língua

não (ou menos) preconceituoso

 

1) Conscientizar-se de que todo falante nativo de uma lín­gua é um usuário competente dessa língua, por isso ele SABE essa língua. Entre os 3 e 4 anos de idade, uma criança já domina integralmente a gramática de sua lín­gua. Sendo assim,

 

 2) aceitar a idéia de que não existe erro de português. Existem diferenças de uso ou alternativas de uso em relação à regra única proposta pela gramática normativa.

 

3) Não confundir erro de português (que, afinal, não exis­te) com simples erro de ortografia. A ortografia é arti­ficial, ao contrário da língua, que é natural. A ortografia é uma decisão política, é imposta por decreto, por isso ela pode mudar, e muda, de uma época para outra. Em 1899 as pessoas estudavam psychologia e história do Egypto; em 1999 elas estudam psicologia e história do Egito. Línguas que não têm escrita nem por isso deixam de ter sua gramática.

 

 4) Reconhecer que tudo o que a Gramática Tradicional chama de erro é na verdade um fenômeno que tem uma explicação científica perfeitamente demonstrável. Se milhões de pessoas (cultas inclusive) estão optando por um uso que difere da regra prescrita nas gramáti­cas normativas é porque há alguma regra nova sobre­pondo-se à antiga. Assim, o problema está com a regra tradicional, e não com as pessoas, que são falantes nativos e perfeitamente competentes de sua língua. Nada é por acaso.

 

 5) Conscientizar-se de que toda língua muda e varia. O que hoje é visto como “certo” já foi “erro” no passado. O que hoje é considerado “erro” pode vir a ser perfeitamente aceito como “certo” no futuro da língua. Um exemplo: no português medieval existia um verbo leixar (que aparece até na Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel I). Com o tempo, esse verbo foi sendo pronunciado deixar, porque [d] e [l] são consoantes aparentadas, o que permi­tiu a troca de uma pela outra. Hoje quem pronunciar leixar vai estar cometendo um “erro” (vai ser acusado de deslei­xo), muito embora essa forma seja mais próxima da origem [pg. 143] latina, laxare (compare-se, por exemplo, o francês laisser e o italiano lasciare). Por isso é bom evitar classi­ficar algum fenômeno gramatical de “erro”: ele pode ser, na verdade, um indício do que será a língua no futuro.

 

6) Dar-se conta de que a língua portuguesa não vai nem bem, nem mal. Ela simplesmente VAI, isto é, segue seu rumo, prossegue em sua evolução, em sua transforma­ção, que não pode ser detida (a não ser com a eliminação física de todos os seus falantes).

 

7) Respeitar a variedade lingüística de toda e qualquer pes­soa, pois isso equivale a respeitar a integridade física e espiritual dessa pessoa como ser humano, porque

 

 8) a língua permeia tudo, ela nos constitui enquanto seres humanos Nós somos a língua que falamos. A língua que falamos molda nosso modo de ver o mundo e nosso modo de ver o mundo molda a língua que falamos. Para os falantes de português, por exemplo, a diferença entre ser e estar é fundamental: eu estou infeliz é radicalmen­te diferente, para nós, de eu sou infeliz. Ora, línguas como o inglês, o francês e o alemão têm um único verbo para exprimir as duas coisas. Outras, como o russo, não têm verbo nenhum, dizendo algo assim como: Eu - infeliz (o russo, na escrita, usa mesmo um travessão onde nós inserimos um verbo de ligação). Assim,

 

 9) uma vez que a língua está em tudo e tudo está na língua, o professor de português é professor de TUDO. (Alguém já me disse que talvez por isso o professor de português devesse receber um salário igual à soma dos salários de todos os outros professores!)

 

 10) Ensinar bem é ensinar para o bem. Ensinar para o bem significa respeitar o conhecimento intuitivo do aluno, valorizar o que ele já sabe do mundo, da vida, reconhe­cer na língua que ele fala a sua própria identidade como ser humano. Ensinar para o bem é acrescentar e não suprimir, é elevar e não rebaixar a auto-estima do indi­víduo. Somente assim, no início de cada ano letivo este indivíduo poderá comemorar a volta às aulas, em vez de lamentar a volta às jaulas!

 

Marcos Bagno 

terça-feira, 10 de abril de 2012

USOS DE LA "G" Y LA "J"


REGLAS DE USO DE LA “G” Y LA”J”

Bajo Presupuesto 31 | Caio Di Lorenzo

Se escriben con g
  •   El prefijo geo- de las palabras compuestas: geografía, geometría, geología
  •    La terminación -gen de los nombres: origen, margen, aborigen
  •    Las terminaciones -gélico, -genario, -géneo, -génico, -genio, -génito, -gesimal, -gésimo, -gético y sus femeninos y plurales: angélico, sexagenario, homogéneo, fotogénico, ingenio, primogénito, cuadragesimal, vigésimo, apologético
  •  Las terminaciones -gia, -gio, -gión, -gional, -gionario, -gioso  y -gírico: magia, regio, religión, regional, legionario, prodigioso, panegírico, etc.
  •    Las terminaciones -ger  y -gir de los infinitivos: proteger, escoger, recoger, fingir, corregir, dirigir, etc. Menos tejer, crujir y sus compuestos
  •  Además, es preciso recordar que la g con la e y la i tiene sonido gutural fuerte (como en gente o en gigante); para representar ese mismo sonido suave, se coloca una u muda entre la g y la e o la i: guerra, guiso… cuando esa u intermedia suena se escribe con diéresis, como en pingüino.

Se escriben con j

  •  Los tiempos de los verbos cuyo infinitivo no tienen g ni j.  Ejemplos: sustraer - sustrajo, contradecir - contradije, inducir - indujo traer - trajimos, decir - dijimos.
  •   La terminación jero, jera, jeria. Excepción: ligero. Ejemplos: cerrajería, pasajero, mensajero, extranjero, relojero, tijera, relojería, brujería.
  •   Las terminaciones en aje y las que inician con eje. Excepciones: ambages, enálage, egeria. Ejemplos: viaje, salvaje, vendaje, equipaje, lenguaje, ejercer, ejecución, ejemplar.
  •  Los tiempos de los verbos que llevan j en su infinitivo. Ejemplos: objetar - objetamos, tejer - tejo, injertar - injertaron, injuriar - injurio, jurar - juraron, cojear - cojeamos, manejar - manejamos, encajar - encajaron.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Pablo Neruda


Hace mucho, me enamoré de este poeta  chileno! Un amante de las palabras, quizá, el motivo porque  las mujeres gusten demasiado de sus poesias!
Nació Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, (Parral, Chile, 12 de Jullo de 1904 - Santiago, 23 de Setembro de 1973) fue un de los poetas , más  importantes de la lengua española del siglo XX. Pablo Neruda es un poeta chileno galardonado con el Premio Nacional de Literatura y el Premio Nobel de Literatura. También se desempeñó como diplomático y fue miembro activo del partido comunista, compromiso político que muchas veces se ve plasmado en sus obras. Ampliamente conocido por sus obras "Veinte poemas de amor y una canción desesperada" y sus "Cien sonetos de amor", también es el autor de poemas tales como "Ahora es Cuba", "Alturas de Macchu Picchu"," Los enemigos" y "Si tú me olvid", entre tantas otras.

Un soneto de este hombre del amor!

XLIV
 
SABRÁS que no te amo y que te amo
puesto que de dos modos es la vida,
la palabra es un ala del silencio,
el fuego tiene una mitad de frío.
Yo te amo para comenzar a amarte,
para recomenzar el infinito
y para no dejar de amarte nunca:
por eso no te amo todavía.
Te amo y no te amo como si tuviera
en mis manos las llaves de la dicha
y un incierto destino desdichado.
Mi amor tiene dos vidas para amarte.
Por eso te amo cuando no te amo
y por eso te amo cuando te amo.


Fonte:http://www.neruda.uchile.cl/

Falsos Amigos o Heterosemánticos


Son vocablos muy semejantes en la grafía y en la pronunciación del español y del portugués, pero poseen significados diferentes en ambas lenguas.


Vemos este video:
 


Más ejemplos:


Español Portugués Portugués Español
aceite óleo, azeite aceite aceptado
acordar concordar acordar despertar
año ano ánus ano
borrar apagar apagar apagar
asignatura disciplina, matéria assinatura firma
aula sala de aula aula   clase
batata batata doce batata papa
berro agrião berro grito
balón bola balão globo
bolsa sacola plástica bolsa bolso
brincar saltar brincar jugar
cana cabelo branco cana caña
cena jantar cena escena
chato liso, plano chato aburrido
cachorro filhote de mamífero cachorro perro
calzada pista calçada acera, vereda
camada ninhada capa camada
cartón papelão cartão tarjeta
cola fila, rabo cola pegamento
corrida tourada corrida carrera
crianza criação criança niño
cuello pescoço coelho conejo
doce doze doce dulce
dirección endereço direção dirección
distinto diferente distinto distinguido, ilustre
engrazado engraxado engraçado chistoso
escoba vassoura escova cepillo
escritorio escrivaninha escritório oficina
esposas algemas esposas esposas
experto experto, especialista esperto astuto, ingenioso
exquisito saboroso esquisito raro
flaco fraco fraco débil
fechar datar fechar cerrar
gallo galo galho rama
gamba tipo de camarão gambá zarigüeya
ganancia lucro ganância usura
garrafa botijão garrafa botella
grasa gordura graça gracia
habitación quarto habitação vivienda
jornal diária jornal periódico
largo comprido largo ancho
niño menino ninho nido
nudo nu desnudo
oso urso osso hueso
oficina escritório oficina taller
palco camarote palco escenario
papelón papel de ridículo papelão cartón
pipa cachimbo pipa la cometa
polvo polvo pulpo
prejuicio preconceito prejuízo perjuicio
presunto suposto presunto jamón
presupuesto orçamento pressuposto presumido
pronto rápido pronto listo
rato momento, instante rato ratón
risco penhasco, falésia risco riesgo
raya listra, travessão arraia raya
rojo vermelho roxo morado
rubio loiro ruivo pelirrojo
salada salgada salada ensalada
sitio lugar, página web sítio finca
salsa molho salsa perejil
sótano porão sótão desván, buhardilla
suceso acontecimento sucesso éxito
tapa aperitivo tapa bofetada
tapete pano de mesa tapete alfombra
taza xícara taça copa
tela pano tela pantalla
tienda loja tenda barraca
tirar atirar tirar quitar
trazido traido traído traicionado
vaso copo vaso maceta
zueco tamanco sueco sueco
zurdo canhoto surdo sordo
balcón varanda balcão mostrador
feria feira férias vacaciones
taller oficina talher cubierto
cubo balde cubo cubo
raro esquisito raro inusual
escupir cuspir esculpir esculpir
despido demissão despido desnudo
comisaría delegacia lanchonete cafetería
boliche bar bar bodega
torta bolo tarta torta
pastel bolo pastel empanada
abono adubo abono gratificación
borracha bêbada borracha borrador
juquete brinquedo foguete cohete




domingo, 1 de abril de 2012

Mario Benedetti


Poeta y novelista uruguayo nacido en 1920 en Paso de  Los Toros. Fue integrante de la Generación del 45.
Recibió la formación primaria y secundaria  en Montevideo y a los dieciocho años se trasladó  a Buenos Aires donde residió por varios años. En 1945 formó parte del famoso semanario "Marcha" donde colaboró como periodista hasta 1974.
Ocupó el cargo de director del Departamento de Literatura Hispanoamericana en la Facultad de Humanidades y Ciencias de la Universidad de Montevideo.
Desde 1983 se radicó en España permaneciendo allí la mayor parte del año. Obtuvo el VIII Premio Reina Sofía de Poesía y recibió el título de Doctor Honoris Causa por la Universidad de Alicante.
Su vasta producción literaria abarca todos los géneros, incluyendo famosas letras de canciones, cuentos y ensayos, traducidos en su mayoría a varios idiomas.
De su extensa obra se encuentran entre otros, la novela "Gracias por el fuego", "El olvido está lleno de memoria", y los poemarios, "Inventario Uno" e "Inventario Dos".Falleció en Montevideo en mayo de 2009. 

Una poesia de este grande escritor:

Estados de ánimo
                              A veces me siento como un águila en el aire ...
                       (A propósito de una canción  de Pablo Milanés)

Unas veces me siento
como pobre colina,
y otras como montaña
de cumbres repetidas,
unas veces me siento
como un acantilado,
y en otras como un cielo
azul pero lejano,
a veces uno es
manantial entre rocas,
y otras veces un árbol
con las últimas hojas,
pero hoy me siento apenas
como laguna insomne,
con un embarcadero
ya sin embarcaciones,
una laguna verde
inmóvil y paciente
conforme con sus algas
sus musgos y sus peces,
sereno en mi confianza
confiando en que una tarde,
te acerques y te mires..
te mires al mirarme.