sexta-feira, 30 de março de 2012

Sonhar e ser Feliz!


O sonho

Sonhe com aquilo que você quer ser,

porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.

Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.

Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.

Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.
(Clarice Lispector)

quinta-feira, 29 de março de 2012

Verborragia, você sabe o que é?

De acordo com o Professor Soares Amora, o vocábulo significa: "Qualidade de quem fala ou discute com grande fluência e abundância de palavras, mas com poucas ideias."  Ou seja, fala-se muito para dizer nada!
Um bom exemplo, é o livro de Monik Ornellas " O que você anda falando por aí? - Verborragia", fazendo o leitor pensar em suas falas cotidianas! Um trecho do livro para começar a reflexão!

"Homens bons, ou são casados ou são gays"
Essa é uma mentira que todas as mulheres querem acreditar para justificar seu infotúnio. Para começar, a qualificação de uma pessoa boa ou interessante é algo muito pessoal. Não existem homens ruins, o que pode ser interessante para uma pessoa, é totalmente desistimulante para outra.

Nós mulheres temso o hábito de criar uma imagem ideal do homem que desejamos encontrar e o que acontece é que muitas vezes pessoas maravilhosas aparecem em nosso caminho, porém estas nada têm a ver com o molde que criamos, logo, mesmo que O CARA esteja em pé a nossa frente, não conseguimos enxergá-lo. Mas vamos aos fatos:

O primeiro ítem "homens bons são casados": vou pedir pra vocês acessarem um bate-papo qualquer por aí. Pelo ao menos 70% dos homens online em bate-papos e em barzinhos dando na pinta, são casados ou comprometidos. Isso é  um perfil de homem bom? Pelo ao menos nãoé um perfil de homem fiel, pré requesito básico para qualquer mulher. Homens casados de forma alguma significam certificado de qualidade.

Segundo ítem "homens bon são gays": durante toda a história da humanidade a sexualidade esteve presente, até porque, mesmo que a sociedade ainda tenha seus preconceitos, a homossexualidade é e sempre será uma predisposição natural humana, porém, hoje em dia encontramos uma abertura um pouco maior para se falar do assunto e sair do armário.

O desejo sexual de uma pessoa em nada a coloca em um patamar de bom ou ruim. Tanto pessoas hetero como homossexuais são tão fiéis como infiéis.(...)

terça-feira, 27 de março de 2012

Singular Ocorrência

Os contos Machadianos nos levam à imensidão de nossa imaginação, com uma sutileza ímpar  deste magnífico MACHADO DE ASSIS. De todos os contos , tenho um em especial que me fez apaixonar por este grande escritor do século XIX. E espero que gostem!


SINGULAR OCORRÊNCIA


Há ocorrências bem singulares. Está vendo aquela dama que vai entrando na
Igreja da Cruz? Parou agora no adro para dar uma esmola.
— De preto?
— Justamente; lá vai entrando; entrou.
— Não ponha mais na carta. Esse olhar está dizendo que a dama é uma sua
recordação de outro tempo, e não há de ser de muito tempo, a julgar pelo corpo:
é moça de truz.
— Deve ter quarenta e seis anos.
— Ah! conservada. Vamos lá; deixe de olhar para o chão, e conte-me tudo. Está
viúva, naturalmente?
— Não.
— Bem; o marido ainda vive. É velho?
— Não é casada.
— Solteira?
— Assim, assim. Deve chamar-se hoje D. Maria de tal. Em 1860 florescia com o
nome familiar de Marocas. Não era costureira, nem proprietária, nem mestra de
meninas; vá excluindo as profissões e lá chegará. Morava na Rua do Sacramento.
Já então era esbelta, e, seguramente, mais linda do que hoje; modos sérios,
linguagem limpa. Na rua, com o vestido afogado, escorrido, sem espavento,
arrastava a muitos, ainda assim.
— Por exemplo, ao senhor.
— Não, mas ao Andrade, um amigo meu, de vinte e seis anos, meio advogado,
meio político, nascido nas Alagoas, e casado na Bahia, donde viera em 1859. Era
bonita a mulher dele, afetuosa, meiga e resignada; quando os conheci, tinham
uma filhinha de dois anos.
— Apesar disso, a Marocas...?
— É verdade, dominou-o. Olhe, se não tem pressa, conto-lhe uma coisa
interessante.
— Diga.
A primeira vez que ele a encontrou, foi à porta da loja Paula Brito, no Rocio.
Estava ali, viu a distância uma mulher bonita, e esperou, já alvoroçado, porque ele
tinha em alto grau a paixão das mulheres. Marocas vinha andando, parando e
olhando como quem procura alguma casa. Defronte da loja deteve-se um
instante; depois, envergonhada e a medo, estendeu um pedacinho de papel ao
Andrade, e perguntou-lhe onde ficava o número ali escrito. Andrade disse-lhe que
do outro lado do Rocio, e ensinou-lhe a altura provável da casa. Ela cortejou com
muita graça; ele ficou sem saber o que pensasse da pergunta.
— Como eu estou.
— Nada mais simples: Marocas não sabia ler. Ele não chegou a suspeitá-lo. Viu-a
atravessar o Rocio, que ainda não tinha estátua nem jardim, e ir à casa que
buscava, ainda assim perguntando em outras. De noite foi ao Ginásio; dava-se a
Dama das Camélias; Marocas estava lá, e, no último ato, chorou como uma
criança. Não lhe digo nada; no fim de quinze dias amavam-se loucamente.
Marocas despediu todos os seus namorados, e creio que não perdeu pouco; tinha
alguns capitalistas bem bons. Ficou só, sozinha, vivendo para o Andrade, não
querendo outra afeição, não cogitando de nenhum outro interesse.
— Como a Dama das Camélias.
— Justo. Andrade ensinou-lhe a ler. Estou mestre-escola, disse-me ele um dia; e
foi então que me contou a anedota do Rocio. Marocas aprendeu depressa.
Compreende-se; o vexame de não saber, o desejo de conhecer os romances em
que ele lhe falava, e finalmente o gosto de obedecer a um desejo dele, de lhe ser
agradável... Não me encobriu nada; contou-me tudo com um riso de gratidão nos
olhos, que o senhor não imagina. Eu tinha a confiança de ambos. Jantávamos às
vezes os três juntos; e... não sei por que negá-lo, — algumas vezes os quatro.
Não cuide que eram jantares de gente pândega; alegres, mas honestos. Marocas
gostava da linguagem afogada, como os vestidos. Pouco a pouco estabeleceu-se
intimidade entre nós; ela interrogava-me acerca da vida do Andrade, da mulher,
da filha, dos hábitos dele, se gostava deveras dela, ou se era um capricho, se
tivera outros, se era capaz de a esquecer, uma chuva de perguntas, e um receio
de o perder, que mostravam a força e a sinceridade da afeição... Um dia, uma
festa de S. João, o Andrade acompanhou a família à Gávea, onde ia assistir a um
jantar e um baile; dois dias de ausência. Eu fui com eles. Marocas, ao despedir-se,
recordou a comédia que ouvira algumas semanas antes no Ginásio — Janto com
minha mãe — e disse-me que, não tendo família para passar a festa de S. João, ia
fazer como a Sofia Arnoult da comédia, ia jantar com um retrato; mas não seria o
da mãe, porque não tinha, e sim do Andrade. Este dito ia-lhe rendendo um beijo;
o Andrade chegou a inclinar-se; ela, porém, vendo que eu estava ali, afastou-o
delicadamente com a mão.
— Gosto desse gesto.
— Ele não gostou menos. Pegou-lhe na cabeça com ambas as mãos, e,
paternalmente, pingou-lhe o beijo na testa. Seguimos para a Gávea. De caminho
disse-me a respeito da Marocas as maiores finezas, contou-me as últimas frioleiras
de ambos, falou-me do projeto que tinha de comprar-lhe uma casa em algum
arrabalde, logo que pudesse dispor de dinheiro; e, de passagem, elogiou a
modéstia da moça, que não queria receber dele mais do que o estritamente
necessário. Há mais do que isso, disse-lhe eu, e contei-lhe uma coisa que sabia,
isto é, que cerca de três semanas antes, a Marocas empenhara algumas jóias para
pagar uma conta da costureira. Esta notícia abalou-o muito; não juro, mas creio
que ficou com os olhos molhados. Em todo caso, depois de cogitar algum tempo,
disse-me que definitivamente ia arranjar-lhe uma casa e pô-la ao abrigo da
miséria. Na Gávea ainda falamos da Marocas, até que as festas acabaram, e nós
voltamos. O Andrade deixou a família em casa, na Lapa, e foi ao escritório aviar
alguns papéis urgentes. Pouco depois do meio-dia apareceu-lhe um tal Leandro,
ex-agente de certo advogado a pedir-lhe, como de costume, dois ou três mil-réis.
Era um sujeito reles e vadio. Vivia a explorar os amigos do antigo patrão. Andrade
deu-lhe três mil-réis, e, como o visse excepcionalmente risonho, perguntou-lhe se
tinha visto passarinho verde. O Leandro piscou os olhos e lambeu os beiços: o
Andrade, que dava o cavaco por anedotas eróticas, perguntou-lhe se eram
amores. Ele mastigou um pouco, e confessou que sim.
— Olhe; lá vem ela saindo; não é ela?
— Ela mesma: afastemo-nos da esquina.
— Realmente, deve ter sido muito bonita. Tem um ar de duquesa.
— Não olhou para cá; não olha nunca para os lados. Vai subir pela Rua do
Ouvidor...
— Sim, senhor. Compreendo o Andrade.
— Vamos ao caso. O Leandro confessou que tivera na véspera uma fortuna rara,
ou antes única, uma coisa que ele nunca esperara achar, nem merecia mesmo,
porque se conhecia e não passava de um pobre-diabo. Mas, enfim, os pobres
também são filhos de Deus. Foi o caso que, na véspera, perto das dez horas da
noite, encontrara no Rocio uma dama vestida com simplicidade, vistosa de corpo,
e muito embrulhada num xale grande. A dama vinha atrás dele, e mais depressa;
ao passar rentezinha com ele, fitou-lhe muito os olhos, e foi andando devagar,
como quem espera. O pobre-diabo imaginou que era engano de pessoa; confessou
ao Andrade que, apesar da roupa simples, viu logo que não era coisa para os seus
beiços. Foi andando; a mulher, parada, fitou-o outra vez, mas com tal instância,
que ele chegou atrever-se um pouco; ela atreveu-se o resto... Ah! um anjo! E que
casa, que sala rica! Coisa papa-fina. E depois o desinteresse... "Olhe, acrescentou
ele, para V. Sa é que era um bom arranjo". Andrade abanou a cabeça; não lhe
cheirava o comborço. Mas o Leandro teimou; era na Rua do Sacramento, número
tantos...
— Não me diga isso!
— Imagine como não ficou o Andrade. Ele mesmo não soube o que fez nem o que
disse durante os primeiros minutos, nem o que pensou nem o que sentiu. Afinal
teve força para perguntar se era verdade o que estava contando; mas o outro
advertiu que não tinha nenhuma necessidade de inventar semelhante coisa;
vendo, porém, o alvoroço do Andrade, pediu-lhe segredo, dizendo que ele, pela
sua parte, era discreto. Parece que ia sair; Andrade deteve-o, e propôs-lhe um
negócio; propôs-lhe ganhar vinte mil-réis. —"Pronto!" — "Dou-lhe vinte mil-réis,
se você for comigo à casa dessa moça e disser em presença dela que é ela
mesma".
— Oh!
— Não defendo o Andrade; a coisa não era bonita; mas a paixão, nesse caso, cega
os melhores homens. Andrade era digno, generoso, sincero; mas o golpe fora tão
profundo, e ele amava-a tanto, que não recuou diante de uma tal vingança.
— O outro aceitou?
— Hesitou um pouco, estou que por medo, não por dignidade, mas vinte mil-réis...
Pôs uma condição: não metê-lo em barulhos... Marocas estava na sala, quando o
Andrade entrou. Caminhou para a porta, na intenção de o abraçar; mas o Andrade
advertiu-a, com o gesto, que trazia alguém. Depois, fitando-a muito, fez entrar o
Leandro; Marocas empalideceu. — "É esta senhora?" perguntou ele. — "Sim,
senhor", murmurou o Leandro com voz sumida, porque há ações ainda mais
ignóbeis do que o próprio homem que as comete. Andrade abriu a carteira com
grande afetação, tirou uma nota de vinte mil-réis e deu-lha; e, com a mesma
afetação, ordenou-lhe que se retirasse. O Leandro saiu. A cena que se seguiu, foi
breve, mas dramática. Não a soube inteiramente, porque o próprio Andrade é que
me contou tudo, e, naturalmente, estava tão atordoado, que muita coisa lhe
escapou. Ela não confessou nada; mas estava fora de si, e, quando ele, depois de
lhe dizer as coisas mais duras do mundo, atirou-se para a porta, ela rojou-se-lhe
aos pés, agarrou-lhe as mãos, lacrimosa, desesperada, ameaçando matar-se; e
ficou atirada ao chão, no patamar da escada; ele desceu vertiginosamente e saiu.
— Na verdade, um sujeito reles, apanhado na rua; provavelmente eram hábitos
dela?
— Não.
— Não?
Ouça o resto. De noite seriam oito horas, o Andrade veio à minha casa, e
esperou por mim. Já me tinha procurado três vezes. Fiquei estupefato, mas como
duvidar, se ele tivera a precaução de levar a prova até à evidência? Não lhe conto
o que ouvi, os planos de vingança, as exclamações, os nomes que lhe chamou,
todo o estilo e todo o repertório dessas crises. Meu conselho foi que a deixasse;
que, afinal, vivesse para a mulher e a filha, a mulher tão boa, tão meiga... Ele
concordava, mas tornava ao furor. Do furor passou à dúvida; chegou a imaginar
que a Marocas, com o fim de o experimentar, inventara o artifício e pagara ao
Leandro para vir dizer-lhe aquilo; e a prova é que o Leandro, não querendo ele
saber quem era, teimou e lhe disse a casa e o número. E agarrado a esta
inverossimilhança, tentava fugir à realidade; mas a realidade vinha, — a palidez
de Marocas, a alegria sincera do Leandro, tudo o que lhe dizia que a aventura era
certa. Creio até que ele arrependia-se de ter ido tão longe. Quanto a mim,
cogitava na aventura, sem atinar com a explicação. Tão modesta! maneiras tão
acanhadas!
— Há uma frase de teatro que pode explicar a aventura, uma frase de Augier,
creio eu: "a nostalgia da lama".
— Acho que não; mas vá ouvindo. Às dez horas apareceu-nos em casa uma criada
de Marocas, uma preta forra, muito amiga da ama. Andava aflita em procura do
Andrade, porque a Marocas, depois de chorar muito, trancada no quarto, saiu de
casa sem jantar, e não voltara mais. Contive o Andrade, cujo primeiro gesto foi
para sair logo. A preta pedia-nos por tudo, que fôssemos descobrir a ama. "Não é
costume dela sair?" perguntou o Andrade com sarcasmo. Mas a preta disse que
não era costume. "Está ouvindo?" bradou ele para mim. Era a esperança que de
novo empolgara o coração do pobre-diabo. "E ontem?..." disse eu. A preta
respondeu que na véspera sim; mas não lhe perguntei mais nada, tive compaixão
do Andrade, cuja aflição crescia, e cujo pundonor ia cedendo diante do perigo.
Saímos em busca da Marocas; fomos a todas as casas em que era possível
encontrá-la; fomos à polícia; mas a noite passou-se sem outro resultado. De
manhã voltamos à polícia. O chefe ou um dos delegados, não me lembra, era
amigo do Andrade, que lhe contou da aventura a parte conveniente; aliás a
ligação do Andrade e da Marocas era conhecida de todos os seus amigos.
Pesquisou-se tudo; nenhum desastre se dera durante a noite; as barcas da Praia
Grande não viram cair ao mar nenhum passageiro; as casas de armas não
venderam nenhuma; as boticas nenhum veneno. A polícia pôs em campo todos os
seus recursos, e nada. Não lhe digo o estado de aflição em que o pobre Andrade
viveu durante essas longas horas, porque todo o dia se passou em pesquisas
inúteis. Não era só a dor de a perder; era também o remorso, a dúvida, ao menos,
da consciência, em presença de um possível desastre, que parecia justificar a
moça. Ele perguntava-me, a cada passo se não era natural fazer o que fez, no
delírio da indignação, se eu não faria a mesma coisa. Mas depois tornava a afirmar
a aventura, e provava-me que era verdadeira, com o mesmo ardor com que na
véspera tentara provar que era falsa; o que ele queria era acomodar a realidade
ao sentimento da ocasião.
— Mas, enfim, descobriram a Marocas?
— Estávamos comendo alguma coisa, em um hotel, eram perto de oito horas,
quando recebemos notícia de um vestígio: — um cocheiro que levara na véspera
uma senhora para o Jardim Botânico, onde ela entrou em uma hospedaria, e ficou.
Nem acabamos o jantar; fomos no mesmo carro ao Jardim Botânico. O dono da
hospedaria confirmou a versão; acrescentando que a pessoa se recolhera a um
quarto, não comera nada desde que chegou na véspera; apenas pediu uma xícara
de café; parecia profundamente abatida. Encaminhamo-nos para o quarto, o dono
da hospedaria bateu à porta; ela respondeu com voz fraca, e abriu. O Andrade
nem me deu tempo de preparar nada; empurrou-me, e caíram nos braços um do
outro. Marocas chorou muito e perdeu os sentidos.
— Tudo se explicou?
— Coisa nenhuma. Nenhum deles tornou ao assunto; livres de um naufrágio, não
quiseram saber nada da tempestade que os meteu a pique. A reconciliação fez-se
depressa. O Andrade comprou-lhe, meses depois, uma casinha em Catumbi; a
Marocas deu-lhe um filho, que morreu de dois anos. Quando ele seguiu para o
Norte, em comissão do governo, a afeição era ainda a mesma, posto que os
primeiros ardores não tivessem já a mesma intensidade. Não obstante, ela quis ir
também; fui eu que a obriguei a ficar. O Andrade contava tornar ao fim de pouco
tempo, mas, como lhe disse, morreu na província. A Marocas sentiu
profundamente a morte, pôs luto, e considerou-se viúva; sei que nos três
primeiros anos, ouvia sempre uma missa no dia aniversário. Há dez anos perdi-a
de vista. Que lhe parece tudo isto?
— Realmente, há ocorrências bem singulares, se o senhor não abusou da minha
ingenuidade de rapaz para imaginar um romance...
— Não inventei nada; é a realidade pura.
— Pois, senhor, é curioso. No meio de uma paixão tão ardente, tão sincera... Eu
ainda estou na minha; acho que foi a nostalgia da lama.
— Não: nunca a Marocas desceu até os Leandros.
— Então por que desceria naquela noite?
— Era um homem que ela supunha separado, por um abismo, de todas as suas
relações pessoais; daí a confiança. Mas o acaso, que é um deus e um diabo ao
mesmo tempo. . . Enfim, coisas!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Assim, igual a Clarice!

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!
(Clarice Lispector)

AÚN Y AUN

AÚN es adverbio de tiempo, y equivale a todavía.
Ejemplo: Aún te estoy esperando.(todavía)
AUN es conjunción, equivale a incluso.
Ejemplo: Aun los sordos han de escucharme.(incluso)

SÓLO O SOLO

SÓLO equivale a solamente.
Ejemplo: En la reunión había sólo un hombre.(solamente)
SOLO equivale a único, sin compañía.
Ejemplo: Un hombre solo no es feliz.(sin compañía)

Ahora sólo tú puedes elegir a vivir solo o acompañado.


sexta-feira, 23 de março de 2012

Uso de los acentos

  • Las palabras AGUDAS llevan tilde o acento cuando terminan en VOCAL, N o S: aquí. Si termina en S precedida de otra consonante no lleva: robots, tictacs.
  • Las palabras LLANAS llevan tilde cuando NO terminan en VOCAL, N ni S: ángel, árbol. Si acaba en S   precedida de consonante sí lleva: bíceps, cómics. 
  • Las ESDRÚJULAS se acentúan siempre. Ejemplos: plátano, ángeles, lámpara, teléfono, Málaga, décimo, águila, cántaro, sábana.
  • Hay diptongo cuando se juntan dos vocales cerradas I, U, entre sí o con otras abiertas A, O, E. Si lleva tilde será en la abierta: acarició, después. 
  • Llevarán acento las vocales I, U, cuando están en hiato, sin formar diptongo, como caloría, avemaría, baúl, Andalucía, brío, María, día, caímos.
  • Las palabras SOBRESDRÚJULAS se acentúan  siempre. Ejemplos: gánatela, llévatelo,  dígamelo,  cómetelo, llévesemela.
  • Las palabras que tienen una sílaba (monosílabas) no llevan tilde. Ejemplos: pie, sol, gran, gris,    fue, dio, bien, mal.
  • En las oraciones interrogativas y exclamativas   llevan tilde: qué, cuál, adónde, cómo, cuán, cuándo, cuánto, dónde y quién. Ejemplo: ¿Qué quieres?

El breve amor

" Con qué tersa dulzura
me levanta del lecho en que soñaba
profundas plantaciones perfumadas,

me pasea los dedos por la piel y me dibuja
en el espacio, en vilo, hasta que el beso
se posa curvo y recurrente,

para que a fuego lento empiece
la danza cadenciosa de la hoguera
tejiéndose en ráfagas, en hélices,
ir y venir de un huracán de humo...

¿Por qué, después,
lo que queda de mí
es sólo un anegarse entre las cenizas
sin un adiós, sin nada más que el gesto
de liberar las manos?"
JULIO CORTÁZAR
"...Cuando de aquel reloj caiga uma hora
al suelo, sin que nadie la recoja,
y al afin tengamos amarrado el tiempo,
ay! Sabremos por fin dónde comienzan
o dónde se terminan los destinos,
porque en el trozo muerto o apagado
veremos la materia de las horas
como se ve la pata de un insecto..."

Pablo Neruda

Meu coração é um almirante louco...

"Meu coração é um almirante louco
Que abandonou a profissão do mar
E que a vai relembrando pouco a pouco
Em casa a passear a passear..."

(ÁLVARO DE CAMPOS)

Es hora de aprender un poquito!


REGLAS DE USO DE LA “B” Y LA”V”

  •   Se escriben con la “b” todas las palabras en las que esta letra vaya delante de otra consonante.
Ej.: libro, amable, subterráneo

  •   Detrás de la “m” se escribe la “b” y detrás de la “n”, la “d” y la”b” se escribe la “v”.
Ej.: embajador, enviar, subversión

  •   Se escribe con la “b” las terminaciones del Pretérito Imperfecto de Indicativo de los verbos de 1ª conjugación y también del verbo IR
Ej.: amábamos, cantabais, alzaba, iba ibas, íbamos.

  •   Se escribe con la “b” las palabras que empiezan o acaban por “bio”.
Ej.: biografía, biología, anfibio.

  •   Se escriben con la “v” todas las palabras compuestas del verbo –venir(convenir, prevenir)